domingo, 1 de junho de 2008

MILÍCIAS: ELAS JÁ COMANDAM 78 COMUNIDADES DO RIO


Milícias - Política do Terror: Elas já comandam 78 comunidades no Rio.

Rio - Distantes de Realengo, mas com o mesmo rótulo. Formadas no começo dos anos 80 para "proteger" quem vive aonde o Estado raramente chega, as milícias armadas já estão em 78 comunidades (a maioria na Zona Oeste da cidade). E a expansão nos últimos quatro anos segue num ritmo acelerado. Neste período, os números da Secretaria de Segurança Pública mostram que, a cada mês, pelo menos uma favela é invadida e ocupada pelos grupos. Juntos, os bairros de Jacarepaguá, Praça Seca e Itanhangá concentram 30% das comunidades controladas pelos paramilitares. A cobiça emergente chama-se Cidade de Deus, a única que permanece nas mãos do Comando Vermelho e é desejada pela capacidade de produzir dinheiro. Explica-se: lá moram mais de 50 mil pessoas, que podem ser transformadas em consumidores da TV por assinatura da milícia (gatonet) e usuários das Kombis piratas. Sem contar com o ágio que sempre cobram sobre a venda de botijões de gás.

A principal comunidade liderada pelos grupos armados é também o berço da milícia: Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Foi lá que os policiais e ex-agentes iniciaram a história na cidade como uma cópia (com olhar mais financeiro) dos grupos de extermínio que nos anos 70 e 80 aterrorizaram a Baixada Fluminense. Impuseram o terror, eliminaram os rivais e assumiram os serviços sociais. No passo seguinte, controlaram o transporte, a entrega de gás e materiais de construção. Com os traficantes, aprenderam a distribuir cestas básicas e pequenos favores para criar uma rede de proteção e aliados na comunidade.

O sucesso no empreendimento serviu de lição. No começo dos anos 90, surgiam nas comunidades da Tijuquinha, no Itanhangá, e em Gardênia Azul, em Jacarepaguá, novos grupos controlando as favelas e oferecendo segurança privada aos comerciantes. E se livraram dos rapazes que vendiam drogas e praticavam pequenos furtos para mostrar força. Pronto: era o modelo que dava resultados e corria no boca-a-boca, abrindo novas "filiais" pelas comunidades vizinhas.

EXPANSÃO DA TROPA

Nada se compara à efervescência a partir de 2004. Foi quando a expansão chegou à outra ponta da Zona Oeste (em especial a Campo Grande e Bangu), à Região Norte e ao subúrbio da Leopoldina, incluindo Penha, Engenho Novo e Pilares. Tomou, inclusive, o novo cartão-postal do lado humilde da cidade: a Praia de Ramos, logo depois da inauguração do Piscinão de Ramos.

Com ares de crime organizado – e já bem longe da idéia de policial que toma conta do quarteirão onde mora –, a milícia entra em guerra e conta com o apoio de forças do Estado. Numa das ações, na Cidade Alta, em Cordovil, em 2007, os agentes paramilitares tiveram a ajuda de um Caveirão da PM, como foi investigado pela Corregedoria Geral Unificada da Secretaria de Segurança Pública.

A disputa com o tráfico chega à vizinha Favela da Kelson’s, onde um grupo de PMs da ativa expulsa os traficantes e passa a perseguir os moradores que são considerados suspeitos de ligação com os "ex-donos" da comunidade. Uma das vítimas desta guerra é o presidente da associação de moradores, Jorge Siqueira Neto, que foi seqüestrado no ano passado e nunca mais apareceu. Cinco policiais foram presos e acusados de participar de assassinatos na favela.

A morte também foi lição de terror para os moradores da Favela da Palmeirinha, em Guadalupe, onde famílias foram expulsas e pelo menos quatro pessoas foram assassinadas. O líder da quadrilha apontado nas investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), o PM Fabrício Fernandes Mirra, foi pego numa escuta telefônica feita pela Polícia Civil mandando seus auxiliares espancar quem era suspeito. Na mesma interceptação, um outro policial brinca com os assassinatos dizendo que "opera as pessoas sem anestesia". Fica à mostra a face cruel da milícia.



Fonte: O Dia

Um comentário:

Anônimo disse...

é a milicia esta cada vez mais forte, aqui no rio das pedras não temos que reclamar deles pois não nos cobra nada [moradores] e me sinto seguro.
eles fazem o que a policia falida não faz. por exemplo temos um posto de ppolicia aqui mas os policiais só pensão em beber me tentar agredis nossos adolecentes,seria bom se retirassem eles daqui.
finalizando o rio se tornou uma cidade sem lei nem ordem, uma terra de malboro.
abraços