terça-feira, 29 de maio de 2012

Ex-PM que chefiava milícia em Saracuruna-RJ é preso






Preso chefe da milícia de Saracuruna

O criminoso foi preso em casa



Rio, 28/5/2012 – Por Samara Melo

O ex-policial militar Ailton Silva Diniz, o “Abel”, foi preso, nesta segunda-feira, por policiais da 60ª DP (Campos Elíseos).  O criminoso é apontado como chefe da milícia de Saracuruna, em Duque de Caxias, onde explora sinal clandestino de TV a cabo, cobra “pedágios” de moradores, além de agir como agiota, expulsando as vítimas de seus imóveis quando elas não pagam as dívidas. O criminoso estava sendo monitorado há cerca de um mês e foi preso na sua residência.

Segundo o delegado titular da unidade, Felipe Curi, o preso é apontado como envolvido na morte do médico Carlos Alberto Peres Miranda, em 14 de março de 2008, na Rua Andrade Neves, Tijuca. Também estão presos pelo mesmo crime os ex- PMs Marcelo Gonçalves Brasil e Ivan Luiz Bayer, que atuavam na milícia de Saracuruna e eram subordinados a Abel.

Ainda de acordo com o delegado, com a prisão de ABEL será possível a elucidação de uma série de homicídios investigados pela unidade, em que inúmeras  testemunhas não formalizaram os seus depoimentos com medo de serem executadas por ele.



Veja o vídeo Record:






Fonte: Polícia Civil RJ

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Milícia comanda futebol no Rio de Janeiro





Milícia cria time de futebol para tentar enganar a polícia.









Rio, 25/05/2012 - Fumão, Luciano Guinâncio, Leandrinho Quebra-Ossos, Fabinho Gordo e Malvar; Juninho Perneta, Jerominho, Natalino, Henrique e Batman; Tony Ângelo e Carlão. Não fosse formação de quadrilha, essa poderia ser a escalação inicial de um jogo de futebol envolvendo o Explosão Futebol Clube. Fundado em 2007 e com sede no bairro de Campo Grande, mais precisamente no sub-bairro Bela Vista, o time é hoje administrado pela maior milícia que atua na Zona Oeste. Da escalação, nove estão presos e apenas dois, os atacantes, são procurados.

Investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e Organizadas (Draco) detectaram que o grupo começou a explorar o campo, invadindo o que deveria pertencer à comunidade. A sede do Explosão Futebol Clube foi construída em um terreno cedido pela prefeitura para que fosse feito um campo de futebol para a população.

De acordo com o delegado Alexandre Capote, titular da Draco, há suspeitas de que os milicianos estariam usando a marca do time para tentar dar legitimidade ao grupo. Com isso eles estariam tentando apagar o verdadeiro nome pelo qual hoje é conhecida a milícia na região.

— Temos suspeitas de que eles estariam querendo dar nova cara ao grupo. O campo seria um disfarce para eles se reunirem e marcarem suas ações — disse Capote.

O Explosão é um time amador que costuma disputar campeonatos de bairros em diversas categorias. Antes administrado por uma associação de moradores, ele hoje tem no ex-PM Carlos Henrique Garcia Ramos, de 33 anos, seu administrador. Ao ser preso, ele admitiu que cuidava do campo e afirmou que o time pertencia a um grupo de amigos.

O time tem como símbolo uma bomba. A paixão dos milicianos pelo clube fez com que eles começassem, inclusive, a tatuar o símbolo no corpo. Henrique e Célio Alves Palmas Junior têm a imagem na perna. Os dois foram presos na semana passada, juntamente com Luciano Alves da Silva, durante uma operação da Draco contra escritórios de agiotas agindo a serviço dos milicianos.

— Entre os documentos que apreendemos nos escritórios de agiotagem da milícia também encontramos esse símbolo da bomba. Por isso estamos investigando essa nova estratégia do grupo — afirmou Capote.

A bomba também aparece na sede do clube no muro das arquibancadas e na parede dos vestiários.

Investigando a nova estratégia da milícia de arrecadar dinheiro com a agiotagem, policiais da Draco descobriram que Henrique era um dos responsáveis por coordenar os diversos escritórios que eram montados, principalmente em Campo Grande, para extorquir dinheiro de pessoas desesperadas.

O ex-PM foi preso na semana passada junto com Leonidas Wernech Barbosa e Célio Alves Palmas Junior. Eles se preparavam para receber R$ 100 mil de um empresário de Campo Grande.

De acordo com o delegado Alexandre Capote, a vítima passou por dificuldades durante algum tempo e precisou de dinheiro. Quando foi pagar, descobriu que sua dívida era muito maior.

— Eles costumavam continuar extorquindo suas vítimas mesmo depois de elas terem pago o valor. No caso desse empresário, ele conseguiu se levantar e por isso despertou a ganância do grupo — explicou Capote.

Habeas corpus

Henrique já havia sido preso na mesma ocasião em que Jerominho, um de seus chefes, também foi parar atrás das grades. Eles conseguiu habeas corpus e respondia às acusações em liberdade. No momento da prisão, um dos milicianos guardava R$ 3.200 escondidos na cueca.
O delegado Alexandre Capote disse que ainda vai analisar todos os documentos encontrados nos escritórios de agiotagem — aproximadamente 25 foram vasculhados. Ele investiga ainda se o Explosão seria útil em alguma outra atividade ilícita praticada pela milícia da Zona Oeste.

Blindado

Quando foi preso, o ex-PM estaca dirigindo um Corolla blindado que estava no nome de uma mulher. Segundo o delegado, o valor do carro não é compatível com a renda dele.

Dívidas

A pressão dos agiotas da milícia era tão grande que as vítimas costumavam pagar suas dívidas com joias, que eram derretidas posteriormente.

Rio das Pedras

De acordo como delegado Alexandre Capote, outros grupos de milicianos também costumam explorar campos de futebol em suas comunidades. O fato é investigado em Rio das Pedras.

Lucros

Henrique cobrava até 100% de juros.

Presos
Até março desse ano, 692 milicianos, entre eles policiais civis e militares, foram presos desde que esse tipo de crime começou a ser investigado.

Fonte: Extra

domingo, 20 de maio de 2012

Ex-policial civil é preso suspeito de participar de milícia é preso com armas e em carro roubado em Campo Grande








Ex-policial civil suspeito de integrar milícia é preso na zona oeste.

Segundo a Corregedoria da PM, ele estava armado e em um carro roubado.






Rio, 19/05/2012 - Um ex-policial civil foi preso por agentes da Corregedoria da Polícia Militar, na tarde deste sábado (19), na praça do Magali, nas proximidades da esquina das ruas Ari Curi e Victor Alves, em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo a polícia, com ele foram encontradas: uma pistola calibre 9 mm, munições para fuzil 556 e para carabina.

No momento da prisão, o ex-policial civil estava em um veículo Santana, de cor prata, que consta no sistema da polícia como roubado.

Os agentes chegaram até o suspeito após uma ligação feita para o Disque-Denúncia.

A polícia investiga a informação de que ele seria integrante de uma milícia que atua na zona oeste da cidade e que, no momento da prisão, estaria cobrando comerciantes da área por serviço de segurança irregular.

O caso será investigado pela Delegacia de Campo Grande (35ª DP).

Diversificando os negócios

A milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro está expandindo seus negócios na região. Os criminosos estão agrupando a agiotagem ao seu leque de atividades que já inclui a exploração de transporte alternativo, de sinais clandestinos de TV a cabo, a distribuição de gás e a segurança irregular. Os juros cobrados pela quadrilha no empréstimo ilegal chegavam a até 70%.

Segundo o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Rio de Janeiro, Marcos Vinícius da Costa Marques Leite, os milicianos estão se organizando de forma empresarial para aumentar os lucros.

— A agiotagem é uma nova vertente que vem sendo explorada pela milícia. Esse grupo criminoso busca angariar quanto mais recursos houver. Tudo que estiver na área conflagrada, dominada por eles, e tiver um ganho econômico, eles vão explorar, diretamente ou terceirizando, buscando obter o lucro.

Segundo as investigações, a quadrilha chegava a movimentar até R$ 200 mil reais por mês com a atividade ilegal.

Na quarta-feira (16), mais de 200 policiais civis e militares participavam da operação Prelúdio, desencadeada com o objetivo de enfraquecer o braço financeiro da organização criminosa. Ao todo, foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão para endereços na zona oeste da cidade, onde funcionariam escritórios da agiotagem.

Durante a ação, dois homens foram presos em flagrante dentro de centrais clandestinas de TV a cabo. Além disso, foram apreendidos: cheques assinados pelas vítimas dos agiotas com o valor em branco, notas promissórias, cadernos com anotações da quadrilha, toucas ninjas, munição e até câmeras usadas no circuito interno de segurança, usadas para controlar o acesso aos escritórios de agiotagem.

Segundo o titular da Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), Alexandre Capote, algumas vítimas já foram identificadas e já foram ouvidas na especializada.

— Diversas pessoas foram ameaçadas. Eram cobrados juros de até 70% em cima do valor emprestado às pessoas carentes e necessitadas que vivem naquelas localidades. Algumas delas prestaram depoimento na Draco. Elas confirmaram essas ameaças, lesões corporais e juros extorsivos.

Participaram da ação, policiais da Draco, do Gaeco, da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar e da Corregedoria da PM, além do Batalhão de Choque.


Assista ao vídeo:


Fonte:  R7

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Milícias e agiotagem: mais uma fonte de lucro no Rio de Janeiro






Ação para coibir agiotagem da 'Liga da Justiça' termina com cinco presos



Com juros de 70%, bando faturava R$ 200 mil com empréstimos.



Rio, 17 de maio de 2012  -  Ação conjunta entre a Secretaria de Segurança e o Ministério Público resultou em megaoperação para estourar escritórios de agiotagem na Zona Oeste, onde integrantes da milícia Liga da Justiça agiam. De acordo com as investigações da polícia, o grupo lucrava até R$ 200 mil com os empréstimos e a cobrança de juros elevados.

Cinco pessoas foram presas, entre elas, Carlos Henrique Garcia Ramos, apontado como braço direito do chefão da Liga, o ex-PM Toni ângelo Souza Aguiar, o Erótico. Os outros responderão por extorsão.

As investigações duraram cinco meses, e a polícia descobriu que milicianos atuavam em escritórios em Campo Grande e Santa Cruz. Eles emprestavam dinheiro para pessoas carentes, com juros que chegavam a 70% ao mês.


Material apreendido durante a Operação Prelúdio | Foto: Divulgação

Os empréstimos eram anunciados através de panfletos e classificados de jornais. “A ação de hoje (ontem) representa um baque considerável para a quadrilha”, afirmou o delegado da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) Alexandre Capote. Cento e cinquenta policiais, amparados em mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, vasculharam 25 endereços.

Os criminosos ameaçavam as vítimas, que eram coagidas, agredidas, torturadas e mortas. “Nas fichas, há nome, endereço, e-mail, telefone e informações sobre parentes”, disse Capote, que investiga homicídios. Algumas vítimas prestaram depoimentos.

A polícia apreendeu computadores, munição, joias, cheques assinados com valores em branco, promissórias, pesos colombianos e câmeras. Num dos locais, uma pasta continha reportagens relacionadas à Liga da Justiça, ao ex-deputado Natalino Guimarães, a seu irmão, o ex-vereador Jerônimo Guimarães (apontados pela polícia como chefes da ‘Liga’) e ao ex-chefe do grupo, Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman. 

Fonte: O Dia

domingo, 6 de maio de 2012

Milícia domina área pública




Paramilitares cobram por falsa proteção a donos de quiosques em calçadas de Rio das Pedras


Por João Antonio Barros




(A Rua Velha — endereço da peixaria — é a mais cobiçada pelos comerciantes. Num trecho de apenas 100 metros, cinco barracas obstruem completamente a passagem pela calçada. Mas o curioso é que nem a rotunda — no cruzamento da Estrada de Jacarepaguá com a Rua Nova — escapou da mira da milícia. O apertado espaço é sede de um bar repleto de cadeiras, que à noite fica cheio de clientes)



Rio, 06/05/2012 -  O lucro abre novos caminhos em Rio das Pedras. Com a falta de terrenos para mais edificações, os milicianos de Jacarepaguá avançam sob as calçadas e praças em busca de espaço para novas oportunidades de ‘negócios’. Eles simplesmente lotearam a área pública e negociam a instalação de trailers, quiosques e barracas. Os comerciantes interessados no ponto têm que pagar de R$ 40 a R$ 80 por semana a título de ‘taxa de segurança’ à milícia.

O novo ‘boom comercial’ pode ser visto em quase todas as ruas de Rio das Pedras. E o leque de comércio sob as calçadas e praças da comunidade carente é variado. Vai desde os tradicionais bares e lojas de lanches rápidos até lava-jatos e peixaria. Isto mesmo: uma venda de pescado fixa foi montada sob a calçada com direito a painel na fachada e aspecto de legalidade.

Os empreendimentos mais caprichados são os que ficam nas praças do Pinheiro e de São Bartolomeu — a ‘Zona Sul’ de Rio das Pedras. Os enormes quiosques, com suas mesas e cadeiras, tomam conta de quase todo o espaço que antes eram destinados à recreação de crianças e adolescentes.

Segundo a Prefeitura do Rio, todo o comércio instalado nas praças e calçadas de Rio das Pedras não têm licença para o funcionamento.

Loteamento que começou com prédios

O avanço das milícias sob o espaço público é a segunda fase da grilagem de terra em Rio das Pedras. Durante anos, os paramilitares ‘tomaram’ terrenos vazios e assumiram áreas públicas para erguer prédios nas comunidades. Fizeram fortuna com o aluguel de apartamentos e também ganharam na comissão sobre todas as vendas posteriores dos empreendimentos — uma espécie de ‘laudêmio do crime’.

Há dois anos, imbróglio envolvendo o jornalista Dalcemir Pereira Barbosa — indiciado por envolvimento com a milícia — chegou à 32ª DP (Taquara), após ele ser acusado de fraudar documentos para se apoderar de um terreno em Rio das Pedras de Socorro Tostes, viúva de Félix Tostes, um dos organizadores da milícia na comunidade. No local, era erguido um prédio, que acabou derrubado por falta das licenças de construção.

Moradores querem praças livres

Um batalhão de desordem. As maiores queixas dos moradores de Rio das Pedras à Subprefeitura da Barra e Jacarepaguá são a falta de área livre nas calçadas: camelôs, carros estacionados e puxadinhos das lojas tiram o espaço e jogam o pedestres para andar nas ruas.

A Prefeitura do Rio diz desconhecer que a milícia tenha loteado as praças e calçadas, mas admite o aumento nas reclamações. E justamente da instalação de barracas e quiosques fixos na comunidade. Em uma das últimas operações do Choque de Ordem, um ambulante reclamou com fiscais sobre a remoção da barraca e admitiu que investiu R$ 5 mil no negócio.

No ano passado, a subprefeitura colocou abaixo um prédio de cinco andares em construção. O empreendimento, sem licenças e com suspeita de ser financiado pela milícia, era feito justamente em uma praça pública, na localidade de São Bartolomeu.

O entulho permanece no terreno e os moradores já sabem que os milicianos falam em reativar o negócio. Desta vez, planejam fazer um lava-jato para não chamar tanto a atenção.

Fonte: O Dia