quinta-feira, 26 de julho de 2012

Polícia encontra cemitério clandestino da milícia de Sepetiba, Rio de Janeiro


Um suspeito de integrar milícia que atua em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, foi preso ontem por policiais da Divisão de Homicídios (DH), na localidade de Alagados.

Ramon Cristiano Teixeira é acusado de participação em um assassinato e de duas tentativas de homicídio em 2011.

Os agentes chegaram a um terreno, a alguns quilômetros da Praia de Sepetiba, que seria usado como cemitério clandestino pela quadrilha. Um corpo foi encontrado e uma retroescavadeira teve que ser solicitada para auxiliar na busca a outros restos mortais.

Durante a operação, Robson Moura da Silva foi visto pulando um muro. Depois de consulta ao sistema de dados da Secretaria de Segurança, os agentes constataram que havia um mandado de prisão pendente contra ele, que também foi preso.

O objetivo da ação de ontem era cumprir seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, em continuidade à Operação Snake, deflagrada no início do mês. No último dia 5, um policial da ativa e outro da reserva, também acusados de integrar a milícia, foram presos. Até agora, outros integrantes do bando foram identificados pela equipe da DH apenas pelos apelidos.


Veja os vídeo:

Cemitério Clandestino:


 Suspeito preso de integrar a milícia no Bairro de Sepetiba:




Fonte: Meia Hora IG e R7

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A milícia quer dinheiro. E droga dá dinheiro.





Entrevista Claudio varela (Promotor Público), do Gaeco - Grupo de promotores que combate o crime organizado no Rio denunciou, desde 2010, 147 PMs e 47 policiais civis envolvidos com milícias, corrupção e outros crimes.



Por João Marcello Erthal

"O policial, diante de uma atividade ilegal, pode agir ou não agir. O corrupto vê isso da seguinte forma: ele pode não agir e ainda ser pago por isso"

São raras as ações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), composto por 23 promotores de Justiça do Rio, em que não há policiais ou agentes públicos envolvidos. Um levantamento ainda inédito feito pelo Ministério Público constatou que, desde março de 2010, 147 policiais militares, 47 policiais civis e 12 agentes, entre bombeiros e integrantes de outras forças de segurança, foram denunciados pelo grupo. Como explica o coordenador do Gaeco, o promotor Claudio Varela, 44 anos, o núcleo constituído inicialmente para combater as milícias no estado especializou-se na investigação de desvios cometidos por policiais – uma constante quando se fala em crime organizado. Ele evita aparições públicas e a exposição de sua imagem por uma razão óbvia: em pouco mais de dois anos de ação, o grupo tornou-se inimigo número um de quadrilhas de diferentes ramos do crime, muitas delas ligadas a milícias. De “mal menor”, como pensava uma parte da sociedade, as milícias passaram a ser vistas como ameaça tão ou mais alarmante quanto o tráfico de drogas. E, pela lógica, não é exagero acreditar que a venda de entorpecentes também esteja entre os ramos explorados por milicianos, que se instalaram em favelas e bairros do Rio ostentando a imagem de “inimigos” do tráfico. Particularmente em um período eleitoral, enfrentar o poder econômico de quadrilhas que lucram alto com transporte e comércio irregulares é um desafio para o MP e as corregedorias, como conta Varela na seguinte entrevista ao site de VEJA:

Em grande parte das operações do Gaeco, há policiais entre os denunciados. A impressão é de que há agentes corruptos em todas as atividades criminosas. É essa a sua constatação?

Quando o grupo foi criado, em março de 2010, não era esse o foco. Mas hoje isso é verdade, e percebemos que, no decorrer das investigações, nosso trabalho sempre tangencia de alguma forma a ação de policiais envolvidos com o crime. Trabalhamos muito com os organismos policiais, o que demonstra uma vontade crescente de se eliminar o mau policial. São as corregedorias que nos dão subsídios.

O senhor vê uma razão para que isso aconteça com tanta frequência?

Essa é uma resposta complexa. O que podemos dizer é que o policial detém um enorme poder: o de não fazer. Um exemplo clássico para isso é o tráfico de drogas. A venda de drogas existe, é um fato. Mas dificilmente o tráfico de drogas ganharia esse formato, essa força, se não houvesse no mínimo a conivência de determinados policiais. No Rio, isso se transformou em um grande problema. O policial, diante de uma atividade ilegal, pode agir ou não agir. O corrupto vê isso da seguinte forma: ele pode não agir e ainda ser pago por isso.

Há o temor de que os milicianos possam assumir mais essa modalidade de crime e operar o tráfico. Isso já ocorre?

Assim como os traficantes, a milícia objetiva lucro e domínio territorial. Eles operam basicamente tudo o que possa dar dinheiro. Vans, gás, água, roubo de sinal de TV a cabo e distribuição ilegal de serviço de internet. Mas sempre dentro de um território determinado. Por isso, qualquer um que tente vender algo que a milícia já vende, enfrenta problema. Talvez não seja a hora de falar de milicianos que vendem drogas, e isso ainda parece ser algo pontual. Mas como sabemos, a milícia quer dinheiro. E droga dá dinheiro.

A corrupção policial não é uma exclusividade brasileira.

Esta é a forma como o crime organizado atua no mundo todo. Fizemos recentemente um seminário com participação do procurador-geral antimáfia da Itália. E uma das conclusões a que se chega, comparando os cenários, é de que em qualquer parte do mundo o crime, para crescer, recorre a agentes públicos.

Mais uma vez, as milícias são uma preocupação no período eleitoral. De 2010 aos dias de hoje, como esse cenário evoluiu?

Houve desde então uma mudança de percepção da sociedade que é fundamental. De 2010 aos dias de hoje, a milícia deixou de ser percebida como “mal menor” do que o tráfico, para ser vista como uma real ameaça à segurança pública. Afinal, as milícias têm geralmente o envolvimento de agentes públicos. A grande dificuldade está principalmente na força econômica dessas quadrilhas. No Rio, eles exploram transporte alternativo, venda de gás. Tentamos sufocar o lado financeiro. São investigações mais complexas, que envolvem sequestro de bens. As milícias não são compostas só por policiais, mas as mais conhecidas eram comandadas por agentes da lei. Vemos hoje que normalmente há algum policial, bombeiro ou agente público em posição de liderança.

Qual é a diferença, para um promotor, quando se lida com o crime organizado?

Nosso grupo foi criado basicamente como uma equipe antimilícia. No Rio, inicialmente nosso trabalho se concentrou em Jacarepaguá, Campo Grande, Santa Cruz e áreas onde havia grupos fortes de milicianos. Mas nós não escolhemos o que vamos fazer: recebemos solicitações dos promotores que identificam necessidade de reforço nesse sentido. Nosso poder de ação está diretamente ligado à integração com grupos de outros estados. Hoje, todos os estados têm os seus grupos contra o crime organizado, que trabalham de forma integrada quando necessário. Quem está no Gaeco é sempre instigado a fazer cursos de inteligência. Bimestralmente, palestrantes são chamados para falar sobre assuntos como milícia, PCC, grandes eventos, lavagem de dinheiro e interceptação telefônica. As milícias, claro, continuam a ser um foco importante.

Há uma corrente que defende, para a melhoria das instituições policiais, uma fusão entre polícia militar e polícia civil. Qual sua opinião sobre isso?

Pessoalmente, sou contra a unificação. Nos Estados Unidos, um único crime pode ser investigado por diversos organismos policiais, que se comunicam e podem, cada um, exercer sua melhor competência. Em termos de crime organizado, existe algo que chamamos de “hesitação do criminoso”. É um conceito usado aqui pela primeira vez pelo delegado Cláudio Ferraz, com quem investigamos as milícias no início da formação do Gaeco. Hoje, se um policial militar leva dinheiro do tráfico, ele não sabe se pode ser investigado pela Polícia Civil, pela própria Polícia Militar, pelo Ministério Público ou pela Polícia Federal. Em uma instituição unificada, o corrupto tem mais condição de saber se há uma investigação contra ele. Termos uma separação das polícias, para isso, é melhor. Elas acabam se fiscalizando.

Por que, então, as polícias não melhoram?

Vejo várias melhorias em curso nas polícias. As instituições têm uma evolução paulatina, pois não há como fazer saltos nesse processo. A principal mudança está no fato de as polícias quererem procurar formas de combater os maus policiais.

Outra crítica frequente à estrutura atual diz respeito às polícias militares. As regras e os códigos dos quartéis são compatíveis com a democracia nos dias de hoje?

Não tenho rigorosamente nada contra o fato de a polícia ostensiva ser militarizada. O problema não é a militarização, mas a necessidade de evolução, algo que não está restrito à PM. Partimos de uma fase problemática em termos de democracia, e as PMs vieram se adequando à nova realidade. Antes, o PM era o invasor. Nos dias de hoje, o que se tenta fazer é transformar esse invasor em um servidor. É esse o conceito central das UPPs, por exemplo.


Fonte: Veja

terça-feira, 10 de julho de 2012

Preso delegado assessor de Pezão que era o elo de ligação com as milícias da Baixada





RIO - Uma máfia que reuniria cinco funerárias e seria chefiada por um delegado federal está sendo investigada pela polícia. A suspeita é que essas empresas comandariam três cemitérios de Duque de Caxias, onde haveria venda de ossadas e esvaziamento de sepulturas antes do tempo previsto por lei (três anos). Esses cemitérios foram vistoriados na quinta-feira durante a Operação Dignidade, realizada pelas polícias Federal, Civil e Militar, e neles foram encontradas ossadas armazenadas de forma irregular e expostas. Todos os três foram autuados por não terem licenciamento ambiental nem alvará de funcionamento.

O suspeito de chefiar o esquema é o delegado da PF Marcelo Nogueira de Souza. Ele pediu exoneração no último dia 1º da vice-governadoria do estado, onde trabalhava como assistente de relações institucionais. Além de Marcelo, estão sendo investigadas mais sete pessoas, entre elas três parentes do delegado. Eles se revezariam na direção das funerárias.

Caixão de bebê sepultado há 8 meses estava vazio

Foram inspecionados os cemitérios de Xerém, de Nossa Senhora das Graças (no Tanque do Anil) e de Nossa Senhora do Belém (no Corte Oito). Nos dois últimos, quatro administradores foram levados para prestar depoimento na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Eles prestaram depoimento e foram liberados. Todos responderão por falta de licença. A operação envolveu cerca de 50 homens do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da PM, das polícias Civil e Federal.

No Nossa Senhora do Belém, havia ossadas dentro de sacos plásticos e em buracos em paredes de casas que ficam nos fundos do cemitério. No Nossa Senhora das Graças, o caixão de uma criança de 1 ano, enterrada em novembro do ano passado, já estava vazio.

- Como pode o pai enterrar o filho e oito meses depois a criança sumir? Tudo aqui é muito grave - disse o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, acrescentando que há a possibilidade de os restos mortais estarem sendo usados em rituais de magia negra.

Ele também suspeita que milicianos possam estar usando o Cemitério Nossa Senhora do Belém para enterrar suas vítimas.

Agora, a perícia vai analisar o material encontrado nos cemitérios. O laudo deverá ficar pronto em 15 dias.


Foto Coturno Carioca
Fonte: Agência O GLOBO

Sargento PM da milícia de Ipê, Belfort Roxo, RJ é preso







Sargento da PM é preso acusado de envolvimento com milícia na Baixada






Rio, 08/07/2012 -  Policiais da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) prenderam em Belford Roxo, neste sábado, o sargento da PM, lotado no 39º BPM (Belford Roxo), Haroldo Alves da Silva, 45 anos, e mais dois homens, Valdene Adolfo de Jesus e Alexsandro Vieira da Silva.

A polícia recebeu várias denúncias de que eles fariam parte de uma milícia no Jardim Ipê, na mesma cidade. Com Alexsandro, os PMs encontraram uma identidade falsa da Polícia Militar, inclusive com uma foto dele fardado.
















O trio vai responder por formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Com eles, foram apreendidos um revólver calibre 38, uma pistola 9mm e uma pistola 380, além de 2.286 reais em espécie e uma lista de pagamentos.


Por  Adriana Cruz
Fonte: O Dia

quinta-feira, 5 de julho de 2012

PMs presos em operação da Polícia Civil são suspeitos de integrar milícia em Sepetiba, Rio.




PMs presos em operação da Polícia Civil são suspeitos de integrar milícia.


Um dos PMs procurados não foi encontrado pelos agentes da DH. Polícia apreendeu armas, munição, celulares, documentos e R$ 5 mil.





A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (5), que os dois policiais militares presos durante uma operação da Divisão de Homicídios são suspeitos de integrar uma milícia que atua em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Um dos policiais procurados acabou não sendo encontrado. Segundo a Polícia Civil, ele tinha sido liberado do serviço pouco antes dos agentes da DH chegarem ao batalhão.

Um civil, que seria rirmão de um dos policiais também foi preso. Na ação, batizada de Snake, foram presos um sargento do 2º BPM (Botafogo) identificado apenas como Márcio Cobra e um policial da reserva.

De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH, os agentes também apreenderam mais de R$ 5 mil, três pistolas, uma delas com mira a laser, um revólver, dois coletes, duas granadas, uma réplica de fuzil, uma espada e 47 celulares.

Segundo a polícia, a investigação para chegar aos milicianos começou após um assassinato e duas tentativas de homicídio no bairro, que ocorreram em outubro de 2011.

A operação contou ainda com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), e da Corregedoria Geral Unificada (CGU).

Fonte: G1