domingo, 24 de outubro de 2010

Chachina na Baixada deixa quatro mortos e 14 feridos, diz polícia




Chacinana Baixada deixa quatro mortos e 14 feridos, diz polícia




Vítimas estavam em churrasco numa comemoração de aniversário. Cinco homens armados em carro escuro passaram atirando.


Rio, 24 out 2010 - Pelo menos quatro pessoas foram assassinadas e outras 14 ficaram feridas em São João de Meriti, na Baixada Fluminense do Rio, segundo informações da assessoria da Polícia Militar, na noite deste domingo (24). As vítimas ainda não foram identificadas.

O número de mortos e feridos foi confirmado pela assessoria da Prefeitura de São João de Meriti. Inicialmente, havia a informação de sete mortos e 11 feridos.

De acordo com as primeiras informações da polícia, cinco homens armados, em um carro preto, passaram atirando contra pessoas que estavam em um churrasco, comemorando um aniversário, numa casa situada à Rua Cruz da Fé, na localidade Bacia do Édem. A polícia acredita que a motivação para o ataque tenha sido vingança.

De acordo com policiais do 21º BPM (São João de Meriti), há suspeita de que os autores do ataque seriam do Morro do Chapadão, em Costa Barros. Equipes do batalhão foram para o local.

Os feridos foram levados para o Posto de Atendimento Médico de São João de Meriti, de Édem, para os hospitais da Posse e Saracuruna.

Fonte O Globo e G1

Testemunhas revelam o terror das milícias no Rio


Testemunhas revelam o terror das milícias no Rio


Famílias de vítimas, ameaçadas, vivem sobressaltadas. Dois irmãos foram mortos depois de presenciarem chacina.


Rio, 24 out 2010 – Depoimentos de testemunhas ouvidas pelo "Fantástico" mostram, neste domingo (24), que a milícia - tema do sucesso de bilheteria “Tropa de Elite 2”, filme do diretor José Padilha - é, já há algum tempo, um dos grandes inimigos da população carioca. A reportagem revela o drama das pessoas que denunciaram a atuação desses grupos criminosos formados por policiais corruptos.

“Perdi tudo, perdi tudo. Só peço uma solução, preciso de apoio, porque não tem como eu ficar no Rio de Janeiro, porque a milícia se espalhou”, pede uma testemunha.

“Quero saber se isso vai ter fim porque eu não estou aguentando mais. Dói. Ando para um lado e para o outro, ando com medo. Vejo um carro preto e tenho medo de ter alguém querendo me matar”, afirma outra testemunha.

Um dos relatos da violência do grupo tem como cenário a Favela do Barbante, na Zona Oeste do Rio, onde, em agosto de 2008, os milicianos foram autores de uma chacina. Pelo menos sete pessoas assassinadas. O crime foi um recado dos criminosos para aterrorizar os moradores da região e dominar a comunidade. Era a primeira de uma sequência de execuções.

Uma testemunha conta detalhes da violência praticada pelo grupo. “Ari trabalhava, era dono desse mercado. Ele foi retirado de lá, arrastado pela rua até um campinho de futebol. Foi a primeira das sete vitimas mortas. Era um final de tarde, ainda estava claro. Muita gente viu. Ninguém quer falar ainda, afinal de contas a milícia continua a controlar essa área.”

Mortos depois de presenciarem mortes

Atualmente o mercado pertence a outra pessoa, que é obrigada a pagar aos milicianos para explorar o negócio. Além de exigir pagamento de R$ 50 por semana dos comerciantes, os milicianos faturam também com o transporte alternativo feito pelas vans.

O que aconteceu na Favela do Barbante é parecido com uma das cenas mais violentas do filme “Tropa de Elite 2”, quando um dono de van é executado pela milícia.

No caso da chacina, na vida real, o problema para a milícia foi que dois rapazes, que eram primos, indignados, foram à polícia denunciar os autores do crime.

“O cara falou que ia pegar a gente, porque a gente presenciou. A chacina foi durante o dia, às 17h. Presenciamos, ficamos acuados. O delegado prometeu que nunca ia ser descoberto meu nome nem identidade. Mostrou álbum de fotos, mostramos quem era miliciano e quem não era. O Leonardo não era miliciano. Ele era motoboy da pizzaria onde os milicianos, para mais de 200 homens, encomendavam lanches. Ele conhecia por causa disso”, conta um dos denunciantes.

Leonardo e o primo foram para o Serviço de Proteção à Testemunha e tiveram condições de se esconder. Mas na delegacia o nome e o endereço de um deles vazaram. Foi passado para a milícia.

Em uma casa de esquina estavam cinco pessoas. A milícia matou todas, entre elas o pai de um dos rapazes. Sete da primeira chacina, mais cinco da segunda: já eram doze mortes na conta da milícia.

Mas Leonardo cometeu um grande erro. Deixou o Serviço de Proteção de Testemunhas. Foi viver com um irmão, Leandro.

Nome na porta ajudou localização

Apaixonado, tinha na casa do irmão o nome dele e da namorada na porta. Um erro para quem está sendo perseguido por assassinos. Os milicianos chegaram e tentaram arrombar o portão. O portão de ferro fez muito barulho, eles não conseguiram. Com esse barulho, os irmãos passaram por cima do muro em direções diferentes. Leandro conseguiu escapar. Leonardo encontrou outros milicianos que o executaram. Leonardo tinha apenas 24 anos.

Leandro, o irmão que conseguiu fugir, falou ao Fantástico no dia seguinte. Era julho de 2009. Ele também quis testemunhar. Leandro foi assassinado no mês passado pela milícia.

“Eu só escutei os disparos, muitos disparos. Liguei para um amigo policial. Estou desesperado, cara, acabaram de assassinar meu irmão. Falaram que se eu fosse no enterro do meu irmão eles me matariam”, contou, à época.

Leandro cometeu alguns erros. Entrou, mas depois saiu do serviço de proteção. Tinha Orkut com foto dele. Os dois irmãos deixaram seis filhos órfãos por causa da violência da milícia. Mas a família é maior. Leandro foi executado trabalhando como motorista de uma kombi. O cobrador era outro irmão que viu tudo. E agora também está na mira.

“Minhas irmãs não estão indo pra escola com medo de morrer. Minha mãe está desesperada, perdeu dois filhos em dois anos e o estado não fez nada até agora. Estão preocupados em pacificar as favelas. E as milícias, que estão se alastrando, não estão enxergando isso?”, alerta o irmão de Leandro.

“Vou ajudar a Justiça, porque o que eles fizeram com meu irmão foi barbaridade, parecia que estavam matando umas cinco pessoas com tanto disparo que deram. Foram 12 tiros no meu irmão. Isso não pode ficar assim, porque se deixar, serão mais e mais vidas que vão tirar e ninguém vai fazer nada”, ressalta.

Mãe sonhou com morte do filho

A mãe fala de seu sofrimento: “Eu dizia: meu filho, sai daí. Eu tive um sonho com ele, que ele morria dentro da kombi. Falei: foge, vai embora, muda de linha, volta para o programa, volta. Dei muitos conselhos”.

“Estou apavorada de perder meus filhos todos, porque já fomos ameaçados. Eles disseram que vão matar todos que estiverem envolvidos, a família toda. Eu acredito porque eles são poderosos. Por trás disso tem gente de dentro da policia. Ainda tem pessoas que fazem ainda o serviço pra eles. A gente não sabe quem, mas tem”, afirma.

A Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) foi a que mais prendeu milicianos. Com a ajuda das testemunhas cerca de 400 milicianos foram presos. São pessoas que precisam de proteção.

Serviço de proteção garante segurança

“Por serem organizações criminosas, uma das suas características é intimidação, é o poder de corromper quem pode reprimi-la, é o poder de intimidar quem pode reprimi-la, e a capacidade de eliminação. Normalmente se procura fazer uma eliminação simbólica, pra que sirva de exemplo pra toda comunidade fique aterrorizada”, revela o delegado de Polícia Civil, Cláudio Ferraz.

“Quero deixar claro que ninguém morreu protegido no programa. Nenhuma das pessoas atendidas sofreu atentado dentro do programa. Pessoas que saem do programa por vontade própria ou são excluídas porque quebraram as regras, tivemos casos de pessoas que morreram”, diz o coordenador de direitos humanos do governo federal, Fernando Mattos.

“Por enquanto é um modelo carioca, mas é um modelo tão bem-sucedido e tão financeiramente lucrativo que não há porque em outros estados esse modelo se reproduzir. O que leva o Rio de Janeiro a ter uma situação de milícias não é uma especificidade carioca. A policia mal remunerada, a polícia sem controle, o clientelismo político, corrupção na política e na polícia. Isso não existe só no Rio de Janeiro”, afirma o deputado Marcelo Freixo, que foi presidente da CPI das Milícias.


Veja o vídeo:



Fonte: “Fantástico”, da Rede Globo e G1 RJ.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Milícias e a grilagem te terras na zona oeste.



Milícia do Rio das Pedras teria 14 empresas na região

Rio, 25 nov 2009 - A milícia de Rio das Pedras estendeu seus tentáculos a uma verdadeira rede de empreendimentos lucrativos. Negócios na área de transporte alternativo, exploração do gás, grilagem de terras, agiotagem e segurança clandestina elevaram os integrantes do grupo ao nível, e aos rendimentos, de homens bem sucedidos. Foram montadas 14 empresas dentro e fora da favela ao longo dos últimos anos, segundo o Ministério Público, para permitir a lavagem de dinheiro do grupo.

No fim da década de 90, foi criada a cooperativa de transporte alternativo de Rio das Pedras, comandada por Getúlio Rodrigues Gamas - executado este ano - e os irmãos Dalmir e Dalcemir Pereira Barbosa. Apesar de ter oficialmente cerca de 400 carros, a associação coloca em circulação nas ruas o dobro de veículos. Getúlio chegou a afirmar, à CPI das Milícias, que as vans arrecadavam R$ 60 milhões por ano. Os irmãos foram indiciados pela polícia pelo assassinato, em 2003, do então chefe de gabinete da SMTU, Paulo Roberto Paiva.

"A denúncia é importante porque atinge o braço econômico do crime organizado. Espero que o combate chegue a Gardênia Azul", afirmou o deputado estadual, Marcelo Freixo, em referência ao vereador Cristiano Girão - acusado pela CPI de chefiar uma milícia na comunidade de Jacarepaguá. A CPI das Milícias, presididida por Freixo, indiciou todos os denunciados ontem.

Entre os negócios que mais renderam lucros ao bando estão os empréstimos para moradores por meio da Areal Cred Fomento - empresa do major Dilo Pereira Soares, que tinha Beto Bomba como funcionário. Denúncias que chegaram à CPI das Milícias no ano passado apontam para a morte de pessoas que não pagavam aos agiotas em dia. Dilo já foi preso em 2001 acusado de envolvimento no sequestro e morte de um taxista suspeito de envolvimento com o tráfico. Beto Bomba chegou a fazer figuração, como policial militar, este ano, numa minisérie da Rede Globo.

Dalcemir - que numa certidão de imóvel se declarou jornalista - já teve empresa de lava-jato e de transporte de ônibus para o Nordeste. Mas o que realmente dava lucro para o irmão de Dalmir nos últimos meses era a grilagem de terras. Segundo investigações da 32ª DP (Taquara), ele faturou R$ 1 milhão com a venda de parte de um terreno que era da viúva de Félix. Socorro entrou na Justiça contra o miliciano.

Do regime semiaberto ao 'plantão' da milícia

As investigações mostram que seis acusados deixavam o Instituto Penal Cândido Mendes, durante o dia, no fim do ano passado, para trabalhar para a milícia de Rio das Pedras. Cumprindo pena no regime semiaberto, dois deles foram presos ontem de manhã, antes de ir para a rua: os ex-PMs Paulo Roberto Alvarenga e Carlos Roberto Guedes.

Alvarenga é apontado como segurança de Dalmir - acusado de ser um dos mandantes do atentado a Socorro no ano passado. O ex-PM Carlos Alberto Vieira Dantas confessou participação e entregou Otto Luiz Stefan de Albuquerque, cabo reformado da Marinha, o ex-PM Sérgio Barros de Amorim e Guedes ¿ todos companheiros de prisão.

A moto usada no crime foi emprestada por Wilson de Souza Guimarães Junior, o Porquinho, que também já cumpria pena. A polícia concluiu que a arma usada contra Socorro foi a mesma do atentado a Nadinho em 2008.

Homicídios e ameaças para manter o poder

No inquérito, várias mortes são atribuídas à milícia, como a de Adeildo Alves Cunha, por não pagar empréstimo da Areal Cred Fomento, e de Vera Oliveira, mãe de jovem de apelido Romarinho, que seria viciado. Os homicídios de Gutemberg Dias Barbosa, José Luiz dos Santos, Jeferson de Freitas da Luz Nascimento e Francisco Antônio dos Santos também teriam sido cometidos pelo grupo. "Temos indícios suficientes de que esses crimes contra a vida foram tentados pelo interesse da quadrilha em permanecer dominado a milícia", disse o delegado Cláudio Ferraz.

Com a desarticulação do bando, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, não descarta a possibilidade de o tráfico tentar tomar a favela. "Temos a inteligência para começarmos a detectar qualquer tipo de movimento nesse sentido. A polícia, seja ostensivamente ou não, não vai tirar seu foco dali", disse Beltrame.


Fonte O Dia

Morte de policial no Recreio pode estar ligada a milícia













Polcial civil morto no Recreio dos Bandeirantes.

RIO - O policial Plácido da Cunha Faria, de 51 anos, foi morto com vários tiros, na manhã desta quarta-feira, quando saía de casa, na Rua Clóvis Salgado, no Recreio dos Bandeirantes, segundo o RJTV. Ele era lotado no Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Segundo a polícia, dois homens, que estariam mascarados, fizeram dez disparos de pistola contra o policial e fugiram. A polícia investiga se o crime tem ligação com grupos paramilitares.

Na Taquara, outras duas mortes podem estar ligadas às milícias . Fábio Gomes Coutinho, de 32 anos, e Juliana Moreira Sobral, de 19, foram executados a tiros, por volta das 20h de terça-feira, na Estrada do Rio Grande, na altura do número 777, na Taquara, Zona Oeste do Rio. Eles estavam num Honda Civic dirigido por Fábio quando foram alvos de cerca de 20 disparos, que perfuraram as duas laterais do veículo. Os bandidos, que estariam num Citröen, emparelharam com o carro das vítimas e dispararam. Segundo policiais da 23ª DP (Taquara), onde o caso foi registrado, Fábio teria envolvimento com a milícia que atua na localidade da Boiúna, também na Zona Oeste.

Foto: Hudson Pontes - Agência O Globo

Fonte: Jornal EXTRA

Publicada em 04/02/2009

Milícias: Preso novamente vereador acusado de integrar milícia na Região dos Lagos











Preso novamente vereador acusado de integrar milícia na Região dos Lagos


Rio, 25/09/2010 - Policiais da Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) prenderam, na manhã de hoje, em Iguaba Grande, na Região dos Lagos, o vereador de Araruama Sérgio Roberto Egger de Moura. A prisão foi decretada após agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro terem denunciado a sua participação em crimes relacionados à milícia. Esta foi a segunda vez que o vereador foi preso este ano.

Egger foi encaminhado para a 129ªDP (Iguaba Grande) e, de lá, deve ser conduzido, ainda hoje, para a Polinter de Araruama. O vereador responderá, no Tribunal do Júri de Araruama, a uma ação penal por tentativa de homicídio e denunciação caluniosa.

Suspeito de chefiar uma milícia que atua na Região do Lagos, Egger é acusado de ser o mandante de um atentado, efetuado no último dia 28 de novembro, contra a vida do policial militar Manoel Fonseca Domingues. Na ocasião, o PM, que trabalhava na repressão ao transporte ilegal na região, foi alvo de um atirador, quando voltava para casa, na Rua Castelo, em Araruama.

Supostamente para desmentir o registro de ocorrência feito pela vítima, Egger esteve na 118ª DP (Araruama), dias depois do crime, alegando que um de seus comparsas teria sido atacado pelo policial no momento que saía de uma farmácia. De acordo com promotores do Gaeco, a denúncia teria tumultuado o caso, provocando uma investigação policial contra Domingues.

Fonte Globonline