sexta-feira, 29 de junho de 2012

Polícia prende Lica, acusado de comandar milícia na Zona Oeste do Rio



Polícia prende acusado de comandar milícia

RIO, 29 de junho de 2012 - Acusado de comandar um grupo de milicianos que vinha atuando em comunidades na Zona Oeste do Rio, Hélio Albino Filho, o Lica, foi preso por policiais da 28ª DP (Campinho) na manhã de quarta-feira. Ele foi surpreendido quando passava de moto pela Estrada Comandante Luiz Souto, na Praça Seca. Lica estava na lista de procurados do Disque-Denúncia (2253-1177). Eram oferecidos R$ 2 mil por informações sobre seu paradeiro.


Em abril, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas realizou a Operação Blecaute, com o objetivo de prender milicianos que teriam como chefe o ex-vereador do Rio Luiz André Ferreira da Silva, o Deco. Lica é apontado como um dos integrantes do grupo. Os policiais descobriram na época que os milicianos tinham um plano para executar a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, e o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). Lica, de acordo com o delegado Marcus Vinicius Braga, titular da 28ª DP (Campinho), era um dos homens apontados para a execução do plano. O acusado conseguiu fugir ao cerco da Operação Blecaute. Em sua residência, entretanto, os agentes apreenderam documentos, joias e um cofre com R$ 60 mil.

Pelas investigações da 28ª DP, Lica tinha o costume de andar de moto nas imediações das comunidades onde comandava grupo de milicianos. Os policiais suspeitaram do veículo, que estava sem placa. O acusado, ao ser preso, estava desarmado e não resistiu.

O delegado Marcus Vinicius Braga afirmou que o objetivo, a partir de agora, é realizar ações integradas da Polícia Civil com o 18° BPM (Jacarepaguá) e o 9º BPM (Rocha Miranda), para tentar impedir que traficantes retornem para as localidades que estão saindo do domínio da milícia após a prisão dos suspeitos.

De acordo com Marcus Vinicius Braga, a prisão de Hélio Albino Filho vai representar uma grande baixa no grupo, que agia em pelo menos 13 comunidades de Jacarepaguá e na Praça Seca.


Paulo Carvalho - O Globo
Fonte: Extra

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Milícia marítima no Rio de Janeiro já toma o mar.







Parentes de pescador morto falam em disputa por áreas e 'milícia marítima'


‘Muita gente tem medo de passar nessa espécie de zona proibida’, diz primo.  Pescador foi encontrado morto, amarrado, na Baía de Guanabara.








João Luiz Telles Penetra em foto tirada por familiares, quando resgatou um pinguim (Foto: Arquivo Pessoal)João Luiz Telles Penetra em foto tirada por familiares, quando resgatou um pinguim.


A família do pescador João Luiz Telles Penetra acredita que ele tenha sido morto por causa de uma disputa de áreas de pesca na Baía de Guanabara. O corpo de João Luiz foi encontrado boiando às margens da baía, próximo a um estaleiro em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (25). O primo dele, o professor Antônio Carlos Penetra, explica que existem vários currais - armadilhas utilizadas para a captura de peixes - montados na baía, e que os donos desses currais ameaçam quem pesca dentro ou nas proximidades deles. “Eu cresci sendo alertado pelos meus avós de que não podia nem passar perto dos currais, porque as pessoas matariam a gente”, conta Antônio Carlos.

“Muita gente tem medo de passar nessa espécie de zona proibida, porque os donos dos currais dão tiros. É uma espécie de milícia marítima”, ressalta Antônio Carlos. Ele acrescenta que já havia escutado rumores sobre tiros e agressões perto dos currais. “Mas essa é a primeira morte relacionada ao assunto”, enfatiza o professor.  (Saiba mais)

Família acredita que pescador achado morto no RJ foi vítima de homicídio

Existem cerca de 300 currais na Baía de Guanabara, de acordo com familiares de João Luiz, que reconheceram o corpo dele no fim da tarde de segunda, no Instituto Médico-Legal (IML) do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de São Gonçalo, na Região Metropolitana. Fontes da Polícia Civil informaram que a morte de João Luiz trata-se de um homicídio.

‘Corpo estava amarrado com corda de curral’, afirma primo

“Hoje, existem cerca de cem currais ativos, feitos de bambu. É uma prática permitida pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], que tem o cadastro deles”, explica Antônio Carlos. O Ibama informou que o cadastramento dos currais é competência do órgão. Entretanto, segundo o Ibama, não há informações sobre a quantidade de currais porque eles estão em processo de ordenamento.

"Meu primo foi um filho de Paquetá brutalmente assassinado" (Antônio Carlos Penetra, primo do pescador morto)

De acordo com os familiares de João Luiz, que também são pescadores, os currais antigos, que foram desativados, foram feitos de pau de mangue, madeira que teve a utilização proibida pelo Ibama. Entretanto, esses currais não foram desmontados, mas apenas abandonados pelos antigos donos. “O barco onde meu primo estava, com um amigo, foi encontrado afundando, com quatro buracos no casco, dentro de um desses currais desativados. E a corda com que amarraram o meu primo e o amigo dele é do mesmo tipo da utilizada para amarrar os paus de mangue”, afirma Antônio Carlos.

O professor explica que muitos pescadores de Magé, da Praia de Mauá, distrito de Magé, e da Ilha de Itaóca, que pertence a São Gonçalo, atuam na Baía de Guanabara. “Em Paquetá não tem nenhum dono de curral. Ninguém sabe quem são eles”, afirma Antônio Carlos. Ele disse que o primo não relatou nenhuma ameaça ou levantou qualquer suspeita contra alguém nas últimas semanas. “Ele não tinha desafetos e não pescava em curral ativo. João Luiz só pescava de arpão peixes como robalo, badejo e pescada, com pouco menos de dez quilos”, acrescentou.

“Os moradores da Ilha de Paquetá são como se fosse uma família: todo mundo se conhece”, conta Antônio Carlos. “Na minha família, que é tradicional em Paquetá, todo mundo é pescador, menos eu, que virei professor”, complementa. Ele diz que os moradores ficaram chocados com a morte do primo dele. “Nenhum pai está deixando o filho sair para pescar. O índice de violência e criminalidade na ilha é zero. Meu primo foi um filho de Paquetá brutalmente assassinado”, finalizou o professor.

Leia mais:


Bernardo Tabak Do G1 RJ
Fonte: G1

sábado, 23 de junho de 2012

Milícia do Grupo Santa Bárbara (Daniel Dantas no Pará), ataca e fere a bala tranalhadores sem terra


Alvejados pelos pistoleiros (Mercedes Zuliani)

Da Página do MST*

Sem Terra que faziam um ato com mais de 1000 famílias em frente à sede da fazenda Cedro, em Marabá, no sudeste do Pará, foram atacados por capangas da propriedade do banqueiro Daniel Dantas, na manhã desta quinta-feira (21/6).

Foram feridos com gravidade pelo menos 16 trabalhadores rurais.

A área faz parte do complexo de 56 fazendas da Agroecuária Santa Bárbara, que concentra 600 mil hectares de terras no Sul do Pará.

Os Sem Terra faziam um protesto contra o desmatamento, o uso intensivo de agrotóxico e grilagem da terras públicas, no contexto das discussões promovidas com a realização da Rio+20, que acontece nesta semana no Brasil.

Depois do ataque dos pistoleiros, as famílias ocuparam a rodovia para denunciar a violência do latifúndio.

“Fomos recebido com muitos tiros por parte da escolta armada. Há muitos feridos, inclusive crianças de colo, que no foram levados para o hospital de Eldorado do Carajás, a 50 Km do local”, denuncia Charles Trocatte, dirigente do MST.

Estudo do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) comprova que a fazenda Cedro é grilada e, pela Constituição, deve ser destinada para a Reforma Agrária.

A fazenda da Agropecuária Santa Bárbara foi ocupada por 240 famílias ligadas ao MST em 2009, para pressionar pela retomada dessa área.

A área é objeto de imbróglio jurídico que envolve o estado, a família Mutran e o grupo Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas.

Armamento apreendido. Edilson Gondim

A ocupação

O antigo castanhal foi transferido através da ferramenta jurídica do aforamento, para ser explorado de forma extrativa pela família Mutran, em particular o pecuarista Benedito.

Ao longo dos anos o castanhal deixou de existir e em seu lugar surgiu o pasto. No Pará o aforamento abrange um período de concessão de 1955 a 1966.

A família Mutran foi a principal oligarquia do sudeste do Pará. É conhecida pela forma truculenta com que costuma tratar os seus adversários e pela prática de mão de obra escrava em áreas que controlou.

Abaixo, leia nota oficial sobre o ataque dos pistoleiros:

Pistoleiros (Edilsom Gondim)

Pistoleiros apontando armas para integrantes do MST (Edilsom Gondim)

Cascos das balas de escopeta (Edilsom Gondim)

Criança ensanguentada (Edilson Gondim)

Criança ferida (Edilson Gondim)
Trabalhadores Sem Terra são feridos a bala no Pará

Na manhã desta quinta-feira (21/6), jagunços travestidos de seguranças da fazenda Cedro, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas, atiraram contra um grupo de trabalhadores rurais Sem Terra ligados ao MST, no Sudeste do Pará, que realizavam um ato político de denuncia da grilagem de terra pública, de desmatamento ilegal, uso intensivo de venenos na área e violência cotidiana contra trabalhadores rurais.

Até o momento, há confirmação de que 16 trabalhadores foram feridos a bala, sendo que, alguns deles, estão em estado grave. Não há confirmação de mortes.

Cerca de 300 famílias já estão acampadas nessa fazenda desde o dia 1º de março de 2009. Ao todo, foram seis fazendas do grupo de Dantas ocupadas pelos movimentos sociais no período.

Mesmo a então juíza da Vara Agrária de Marabá tendo negado o pedido de liminar de despejo feito pelo grupo à época, o Tribunal de Justiça do Estado cassou a decisão da juíza de autorizou o despejos de todas as famílias.

Através de mediação da Ouvidoria Agrária Nacional, foi proposto um acordo judicial perante a Vara Agrária de Marabá, através do qual, os movimentos sociais, com apoio do Incra, desocupariam três fazendas (Espírito Santo, Castanhais, Porto Rico) e outras três (Cedro, Itacaiunas e Fortaleza) seriam desapropriadas para o assentamento das famílias.
O grupo Santa Bárbara, que administra as fazendas do banqueiro, concordou com a proposta. Em ato contínuo, os trabalhadores Sem Terra desocuparam as três fazendas, mas, o Grupo Santa Bárbara tem se negado a assinar o acordo.

A formação da Fazenda Cedro e de muitas outras fazendas adquiridas pelo Grupo Santa Bárbara no sul e sudeste do Pará (ao todo, adquiriram mais de 60 fazendas num total de mais de 500 mil hectares) vem de uma trama de ilegalidades históricas envolvendo grilagem, apropriação ilegal de terras públicas, fraude em Títulos de Aforamento, destruição de castanhais, trabalho escravo e prática de muitos outros crimes ambientais.

História, que até o momento, por falta de coragem política, nem o Incra nem o Iterpa se propuseram a enfrentar. Terras públicas cobertas de floresta de castanheiras se transformaram em pastagem para criação extensiva do gado.

Frente à situação exposta, o MST exige:

- A liberação imediata das três fazendas para o assentamento das famílias dos movimentos sociais;

- Uma audiência urgente no Incra de Marabá, com a presença da Sema, do Iterpa, da Casa Civil para encaminhamento do assentamento e apuração dos crimes ocorridos na área.

- Apuração imediata, por parte da polícia do Pará dos crimes, cometidos contra os trabalhadores.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST Pará.
Comissão Pastoral da Terra – CPT Marabá

Local do Conflito (Mercedes Zuliani)
Veja mais fotos aqui
Matéria do Estadão

terça-feira, 19 de junho de 2012

Bugueiros denunciam milícia nas dunas de Natal

Bugueiros denunciam milícia nas dunas de Natal GRUPO SUPOSTAMENTE LIGADO AO SINDICATO DOS MOTORISTAS DE BUGUES, QUE ATUAM NAS DUNAS DO LITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE, ESTARIA EXTORQUINDO E AMEAÇANDO OS PROFISSIONAIS; MP ABRIU INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CRIMES Uma das principais atrações do turismo no Rio Grande do Norte vem passando por situações complicadas nos últimos dias. Os bugueiros que atuam no Litoral Norte potiguar e nas famosas dunas de Jenipabu estão denunciando conflitos que existem entre eles próprios e com guias de turismo, o que teria gerado cobranças de pedágio, disputas por locais e até mesmo assassinatos de alguns profissionais. Por conta disso, um inquérito foi aberto pelo Ministério Público Estadual para investigar as ações criminosas. As denúncias foram divulgadas pelo Novo Jornal e pela BandNews. De acordo com o jornal local, as denúncias envolvem supostas facções criminosas em torno das atividades turísticas no litoral norte do Estado. O Governo do Rio Grande do Norte está observando de perto o desenrolar da situação e confirmou a designação, em caráter especial, de dois delegados para investigar a veracidade das denúncias. Um depoimento feito por um dos bugueiros prejudicados revelou que desde fevereiro pelo menos seis pontos de passeios pela região foram fechados em decorrência de pressão exercida pela suposta máfia. As taxas de extorsão, segundo as denúncias, chegam a 10% sobre o valor do passeio de bugue oferecido aos turistas e que custa, em média, R$ 400,00. As primeiras investigações indicam para a existência de uma milícia que estaria atuando a mando do Sindicato dos Bugueiros do RN (Sindbuggy-RN). Entre outras ações, os criminosos estaria, extorquindo, ameaçando e até matando profissionais que promovem passeios pelo litoral norte. O envolvimento de um delegado aposentado também está sendo objeto da investigação. O esquema, ainda segundo as denúncias,estaria sendo orquestrado pela atual diretoria do Sindbuggy de maneira a afastar a concorrência. A situação de ameaça também estaria acontecendo junto aos guias de turismo que oferecem os passeios aos visitantes. O esquema, ainda segundo as denúncias, teria sido armado pela atual diretoria  para manter longe a concorrência. O mesmo também estaria acontecendo com os guias que trabalham oferecendo os passeios. Nos dois casos, o dinheiro estaria sendo exigido sob ameaça. Quem não pagar, não pode trabalhar.

domingo, 10 de junho de 2012

Deco, vereador acusado de chefiar milícia no RJ pede liberdade







Vereador acusado de chefiar milícia no RJ pede liberdade



Rio, 9 de junho de 2012 - Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Habeas Corpus (HC 113651) em que a defesa do vereador Luiz André Ferreira da Silva, conhecido como Deco, acusado de chefiar um grupo de milícia no Rio de Janeiro, pede liberdade.

Preso desde abril de 2011 durante operação policial que investigava o crime organizado, o vereador sustenta que sua prisão é “inadequada e desnecessária”.

De acordo com a defesa, houve "espetacularização da operação" a ponto de a divulgação do conteúdo do inquérito ocorrer antes mesmo de as defesas terem o devido acesso às provas constantes nos autos.

Além disso, a defesa alega que as investigações contra o vereador se resumem a depoimentos de duas testemunhas, além de denúncias anônimas e parte do relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das milícias.

A defesa alega que o vereador poderia responder ao processo em liberdade, pois com a entrada em vigor da Lei 12.403/2011(Lei de Medidas Cautelares), a prisão preventiva passou a ser o último recurso – o novo artigo 319, caput, consagrou a ideia segundo a qual a liberdade é a regra e a restrição à liberdade seria a exceção.

Diante disso, o HC pede liminar que determine alvará de soltura em favor do vereador e, no mérito, pede a confirmação da liminar.

O relator do pedido é o ministro Marco Aurélio.


Fonte: STF
Foto: Extra

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Milícia do RJ pode estar envolvida na emboscada que tentou matar um PM





Rio, 4/6/2012.

O oficial da Polícia Militar não estava em serviço quando foi abordado por homens armados e atingido por quatro tiros. A vítima é parente dos irmãos Jerominho e Natalino, acusados de comandar a milícia mais violenta da zona oeste do Rio. A polícia via investigar se o atentado tem ligação com as atividades da família.

Veja o vídeo:



Fonte: R7