PSOL expulsa candidato ligado
a milícia no Rio
RIO, 05/09/2012 - O candidato do PSOL à
prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, disse nesta quarta-feira, em debate
realizado pela RedeTV! e pelo jornal “Folha de S.Paulo”, que seu partido
expulsou o candidato a vereador Berg Nordestino, que é citado no relatório
final da CPI das Milícias, presidido por ele na Assembleia Legislativa.
Freixo disse que o partido
descobriu com a ajuda da Secretaria de Segurança Pública que Berg, que tem o
número 50.004 na campanha, é “Rosenberg”, dono de um escritório onde eram
negociados terrenos irregulares da milícia da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio.
Ele aparece no relatório da CPI entre as páginas 150 e 152.
Segundo o candidato, tudo leva a
crer que Berg era um infiltrado da milícia do ex-vereador Luiz André Ferreira
da Silva, o Deco, em seu partido.
— Não havia nada na ficha
criminal dele na hora da inscrição da candidatura. No relatório da CPI, ele é
citado e não indiciado. Não havia como ligar uma pessoa a outra — disse Freixo.
— Desconfiamos dele há duas
semanas e pedimos uma investigação na Secretaria de Segurança. Hoje
confirmamos. Berg vai ter direito de defesa, é claro, mas foi expulso do
partido hoje, e nós estamos encaminhando relatório ao TRE para pedir a
suspensão da candidatura dele.
Durante o debate, a presidente
estadual do PSOL, Janira Rocha, disse que o partido “tomou todos os cuidados”,
mas errou.
— Pesquisamos todas as fichas de
inscrição e tomamos todos os cuidados, mas acabou passando. Freixo não tinha
como saber.
O tema das milícias voltou a ser
dominante no terceiro bloco, quando Freixo perguntou ao prefeito Eduardo Paes,
candidato à reeleição pelo PMDB, quem estava presente e qual era a pauta da
reunião que ele fez em 2009 com milicianos na prefeitura.
Paes classificou a pergunta como
um “misto de leviandade com desespero” e afirmou que não pede “certificados de
antecedentes criminais” às pessoas que recebe em seu gabinete.
— Nem eu nem o senhor. Se até o
seu partido aceitou um miliciano, não sou eu que vou saber quem é miliciano ou
não. Não tenho relação com miliciano. Da mesma maneira que seu partido tem
miliciano, o senhor não deve ficar insinuando que outros têm esse tipo de
relação — afirmou Paes.
— Não estou insinuando, estou
afirmando — rebateu Freixo.
— A reunião foi com donos de
cooperativas de vans. Foi para decidir a forma de licitação. O senhor não fez
licitações individuais, como recomendava a CPI. Só fez depois de reportagem no
“Fantástico”. Fez acordo com cooperativas dominadas pela milícia — acrescentou,
citando nomes de milicianos que teriam participado da reunião com Paes e que
seriam conhecidos do chefe da Casa Civil (Pedro Paulo).
— É diferente um indiciado de um
citado (no relatório).
Fonte: O Globo
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