quinta-feira, 14 de abril de 2011

Milícia RJ: Suspeita de integrar milícia de vereador se entrega à Polícia.










Presidente de associação de favela teve prisão decretada pela Justiça.


Grupo é suspeito de formação de quadrilha e de cometer outros crimes.

A assessoria da Secretaria de Segurança Pública (Seseg) informou, na tarde desta quinta-feira (14), que a presidente da associação de moradores da Fazenda Chacrinha, em Campinho, no subúrbio do Rio, se entregou à polícia. Segundo a Secretaria, ela é suspeita de integrar a mílicia do vereador André Ferreira da Silva (PR), o Deco, preso na manhã de quarta-feira (13). Ela teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e se entregou na Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), onde presta depoimento nesta noite.

O grupo é suspeito de formação de quadrilha armada e de cometer outros crimes como homicídios, ocultação de cadáver, tortura, estupros, furto de sinal de televisão e internet, controle no fornecimento de gás, prestação irregular do serviço de transporte alternativo, exploração de máquinas caça-níquel, entre outros. Além de Deco, outros dois suspeitos também foram presos.

No total, foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva - oito contra a quadrilha que incluiria Deco e mais seis contra uma outra milícia que atuaria na Estrada da Covanca, no bairro do Tanque. A Justiça também expediu 25 mandados de busca e apreensão.

Último braço direito
O vereador do Rio André Ferreira da Silva (PR), o Deco, era o último braço político da milícia do Rio de Janeiro, de acordo com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), uma das autoridades ameaçadas de morte pelos paramilitares que atuam na Zona Oeste. Mas ele ressalta que as prisões de líderes enfraquecem apenas politicamente os grupos, que continuam aumentando as áreas de domínio na cidade.

Deco, que é ex-paraquedista do Exército, foi preso em casa, no Pechincha, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Ao deixar o local, ele disse que era inocente e que está sendo vítima de uma perseguição política.

Perda de salário A Câmara de Vereadores do Rio aprovou por unanimidade um projeto que desliga da casa os parlamentares que forem presos. A votação foi na noite de quarta-feira (13), em regime de urgência.

O projeto que altera o regimento da Câmara prevê que, caso um vereador fique preso por mais de trinta dias, ele automaticamente vai ser suspenso e não receberá mais o salário. Se o vereador permanecer 120 dias na cadeia o suplente assume a vaga.

Vítimas ameaçadas com facõesA milícia que seria comandada pelo vereador Deco, e teria planejado matar o deputado estadual Marcelo Freixo e a chefe de Polícia Civil Martha Rocha, é considerada uma das mais violentas dos grupos paramilitares que atuam na Zona Oeste do Rio, segundo informações do Ministério Público e da Polícia Civil. De acordo com a denúncia do MP, a quadrilha, que estaria atuando há pelo menos sete anos nos bairros de Praça Seca, Campinho, Tanque e Quintino, em Jacarepaguá, executava suas vítimas de forma cruel, usando facões e cordas para enforcamento.

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