sexta-feira, 13 de abril de 2012

Justiça de olho nas milícias por causa das eleições no Rio de Janeiro



Justiça mapeia áreas onde há risco de intimidação de eleitores no Rio


Justiça mapeia áreas onde há risco de intimidação de eleitores no Rio.  Zonas terão policiamento especial para evitar interferência de candidatos.  Policiais ficarão nas proximidades de zonas eleitorais para garantir que não haverá interferência.


 
O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) está mapeando áreas do Estado onde eleitores possam sofrer algum tipo de intimidação durante as eleições municipais deste ano, segundo revelou em entrevista ao site o presidente do TRE, desembargador Luiz Zveiter. Segundo ele, as regiões devem receber reforço policial no dia da votação.

- Estamos mapeando os locais onde pode haver alguma interferência negativa no eleitorado, seja nas áreas das UPPs [Unidades de Polícia Pacificadora], nos locais onde o tráfico atua ou em regiões de milícia. Nós vamos mapear esses locais junto com as polícias Civil, Federal e Militar e fazer uma espécie de zona de exclusão. Os locais de votação que serão cercados pela polícia para que o eleitor possa chegar e votar com tranquilidade, sem nenhuma coação ou pressão de cabos eleitorais.

Ainda de acordo com o desembargador, o trabalho será realizado não só na capital fluminense como também em outros municípios como Magé, na Baixada Fluminense. Em julho passado, a cidade teve que eleger novo prefeito, após a cassação de Núbia Cozzolino. O município estava sob forte tensão, mas o pleito ocorreu sem problemas e Nestor Vidal acabou eleito.

- A eleição de Magé foi mais ou menos um termômetro das ações que o tribunal vai utilizar daqui para frente. Esse é um trabalho gradativo que nós estamos fazendo para que chegue no período da eleição com toda a estrutura montada.

Zveiter preferiu não adiantar quais serão os locais que receberão tratamento especial.

- O que eu posso adiantar é que vamos tomar algumas medidas preventivas, como mutirões em alguns locais que nós começamos a sentir que vai haver um certo abuso ou uma utilização contrária ao que diz a lei. Não posso falar mais do que isso, porque o elemento surpresa será fundamental nestas eleições.

O presidente do TRE quer criar uma força-tarefa para atuar durante as eleições com representantes do Ministério Público e das polícias Civil, Militar e Federal. Segundo ele, haverá uma espécie de unidade especial dentro do Tribunal. Ainda de acordo com o desembargador, tanto a Justiça Eleitoral quanto as polícias darão atenção especial a denúncias de irregularidades durante a campanha, inclusive de ameaças de morte.

- A Delegacia de Homicídios também está entrando nesta questão e qualquer denúncia que chegue a ela terá tratamento especial de avaliação. Se alguém disser que vai haver o homicídio de um candidato em um determinado local ou uma briga entre candidatos, nós vamos acionar a delegacia. Essas pessoas vão ser convocadas e vão saber que, tanto a polícia quanto o Tribunal, estão cientes de que, se houver um fato, elas serão responsabilizadas.

Sobre a possível candidatura de pessoas ligadas a milícias, o desembargador informou que cabe à polícia as investigações. Porém, ele ressaltou que há instrumentos legais que serão usados para avaliar os candidatos no momento do registro. Ainda segundo o desembargador, o TRE será rigoroso na prestação de contas das campanhas e ao cobrar a origem das verbas utilizadas no período eleitoral.


Fonte: Agencia de Notícias Floripa

Nenhum comentário: