Ex-policial civil suspeito de integrar milícia é preso na zona oeste.
Segundo a Corregedoria da PM, ele estava armado e em um carro roubado.
Rio, 19/05/2012 - Um
ex-policial civil foi preso por agentes da Corregedoria da Polícia Militar, na
tarde deste sábado (19), na praça do Magali, nas proximidades da esquina das
ruas Ari Curi e Victor Alves, em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, com ele
foram encontradas: uma pistola calibre 9 mm, munições para fuzil 556 e para
carabina.
No momento da prisão, o
ex-policial civil estava em um veículo Santana, de cor prata, que consta no
sistema da polícia como roubado.
Os agentes chegaram até o
suspeito após uma ligação feita para o Disque-Denúncia.
A polícia investiga a
informação de que ele seria integrante de uma milícia que atua na zona oeste da
cidade e que, no momento da prisão, estaria cobrando comerciantes da área por
serviço de segurança irregular.
O caso será investigado pela
Delegacia de Campo Grande (35ª DP).
Diversificando os negócios
A milícia que atua na zona
oeste do Rio de Janeiro está expandindo seus negócios na região. Os criminosos
estão agrupando a agiotagem ao seu leque de atividades que já inclui a
exploração de transporte alternativo, de sinais clandestinos de TV a cabo, a
distribuição de gás e a segurança irregular. Os juros cobrados pela quadrilha
no empréstimo ilegal chegavam a até 70%.
Segundo o promotor do Gaeco (Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do
Rio de Janeiro, Marcos Vinícius da Costa Marques Leite, os milicianos estão se
organizando de forma empresarial para aumentar os lucros.
— A agiotagem é uma nova
vertente que vem sendo explorada pela milícia. Esse grupo criminoso busca
angariar quanto mais recursos houver. Tudo que estiver na área conflagrada,
dominada por eles, e tiver um ganho econômico, eles vão explorar, diretamente ou
terceirizando, buscando obter o lucro.
Segundo as investigações, a
quadrilha chegava a movimentar até R$ 200 mil reais por mês com a atividade
ilegal.
Na quarta-feira (16), mais de
200 policiais civis e militares participavam da operação Prelúdio, desencadeada
com o objetivo de enfraquecer o braço financeiro da organização criminosa. Ao
todo, foram expedidos 25 mandados de busca e apreensão para endereços na zona
oeste da cidade, onde funcionariam escritórios da agiotagem.
Durante a ação, dois homens
foram presos em flagrante dentro de centrais clandestinas de TV a cabo. Além
disso, foram apreendidos: cheques assinados pelas vítimas dos agiotas com o
valor em branco, notas promissórias, cadernos com anotações da quadrilha,
toucas ninjas, munição e até câmeras usadas no circuito interno de segurança,
usadas para controlar o acesso aos escritórios de agiotagem.
Segundo o titular da Draco
(Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), Alexandre Capote,
algumas vítimas já foram identificadas e já foram ouvidas na especializada.
— Diversas pessoas foram
ameaçadas. Eram cobrados juros de até 70% em cima do valor emprestado às
pessoas carentes e necessitadas que vivem naquelas localidades. Algumas delas
prestaram depoimento na Draco. Elas confirmaram essas ameaças, lesões corporais
e juros extorsivos.
Participaram da ação,
policiais da Draco, do Gaeco, da Subsecretaria de Inteligência da Polícia
Militar e da Corregedoria da PM, além do Batalhão de Choque.
Assista ao vídeo:
Fonte: R7
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