domingo, 4 de dezembro de 2011

Milícias da baizada fluminense entram em guerra por territòrios como os traficantes faziam




Milícias de Nova Iguaçu travam disputa sangrenta por territórios, diz polícia

Grupos denunciam rivais para provocar prisões e enfraquecer inimigos

    
    

Milícias que atuam nos bairros da Palhada, Cabuçu e Valverde, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, travam uma disputa sangrenta pelo controle de territórios, segundo a polícia. Nesta sexta-feira (2), uma operação da Delegacia de Comendador Soares (56ª DP) e da DHBF (Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense) prendeu dois homens que estavam com uma pistola. Outros dois homens que tiveram a prisão decretada continuam foragidos.

Segundo o delegado Delmir da Silva Gouveia, da 56ª DP, há inúmeros homicídios na região que são atribuídos às milícias e algumas testemunhas já identificaram os autores por fotos. Segundo ele, na região há várias pequenas milícias, formadas por dez ou 15 policiais em média.

- Em setembro, um PM foi morto a tiros por um grupo de milicianos rivais. No último fim de semana, um casal foi morto. Temos informações de que o homem era envolvido com uma milícia e estaria denunciando a atuação de rivais. Já a mulher, teria morrido apenas por estar com o alvo dos assassinos.

O delegado revelou que a guerra de denúncias é uma tática usada pela milícia para enfraquecer os rivais e provocar prisões.

- Isso é muito comum entre eles. Um deles faz uma denúncia dizendo que o rival tem um plano para matar o delegado. Assim, espera que a polícia investigue o rival e o prenda. O outro denuncia a ação de rivais na exploração de serviços, como TV a cabo clandestina e venda de gás. Como a polícia tem atuado e feito prisões, essas denúncias provocam raiva e as os homicídios entre eles têm ocorrido com frequência. Quem não concorda com a atuação deles também pode virar alvo das quadrilhas.

Segundo o delegado, os milicianos vendem botijões de gás por preços muito acima do valor cobrado pelo mercado. Enquanto a média de preço não chega a R$ 40 por botijão, os milicianos vendem a R$ 45. As pessoas não têm opção e são coagidas a comprar com eles.

Durante a prisão de Leandro Campos Marques, o Grampo, e de Michel dos Santos Azevedo, nesta sexta-feira, no bairro da Palhada, uma pistola calibre 40 foi apreendida. O delegado Ricardo Barboza, da DHBF, investiga pelo menos dez assassinatos que podem ter sido cometidos com a arma apreendida.


Por Marcelo Bastos, do R7
Fonte: R7
Foto: Alessandro Costa/Agência O Dia

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