sábado, 13 de junho de 2009

MIRRA, Ex-PM, MONTA MILÍCIA DENTRO DA PRÓPRIA PRISÃO NO RIO DE JANEIRO


Ex-PM Fabrício Fernandes Mirra montou milícia até dentro de presídio



RIO, 13 de junho de 2009 - A ousadia do ex-PM Fabrício Fernandes Mirra, chefe do maior e mais perigoso grupo paramilitar do Rio, pode ser sintetizada por um fato descoberto semana passada pela polícia: ele teria montado uma milícia dentro da Penitenciária Lemos de Brito, no Complexo de Gericinó.


Reportagem de Antônio Werneck publicada na edição deste domingo do GLOBO mostra que agentes dos serviços de inteligência da Secretaria de Segurança têm informações de que Mirra passou a circular acompanhado de seguranças dentro da cadeia, continua comandando sua quadrilha por celular e tem cobrado de outros presos um suposto serviço de assistência jurídica. O caso é investigado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Especiais (Draco).


Mirra foi mandado para o presídio em fevereiro depois de ser flagrado comandando seus comparsas de dentro do Batalhão Especial Prisional da PM (BEP), em Benfica. No Lemos de Brito, deveria ficar incomunicável e isolado. Mas, segundo investigações da polícia, isso não aconteceu: a audácia do ex-PM dentro da cadeia é tanta que a polícia quer a transferência dele para um presídio federal fora do Rio. O mais provável é que ele seja levado para a unidade de Campo Grande (MS). O pedido está em poder do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. A decisão caberá ao governador Sérgio Cabral.


A retirada de Mirra do estado foi pedida pelo delegado Cláudio Ferraz, titular da Draco, que investiga a milícia chefiada pelo ex-PM há cerca de cinco meses.


Mirra chefia um grupo suspeito de ter praticado inúmeros assassinatos. Ele planejava eleger vereadores e deputados nas próximas eleições. Na Operação Leviatã 2 , desencadeada pela Polícia Civil há duas semanas, 15 milicianos ligados a Mirra foram presos. O bando domina 23 favelas nas zonas Norte e Oeste do Rio, e há informações de que estaria expandindo seus domínios para comunidades de São Paulo.


Fonte O Globo

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