quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tenente que comandava Milícia em Fortaleza é expulso da PM

Acusado de comandar milícia é expulso da PM



A decisão foi publicada esta semana no Diário Oficial do Estado. Jairo da Silva é acusado de ter comandado uma milícia que "vendia proteção" a fabricantes de CDs e DVDs piratas no Centro

 


O tenente da Polícia Militar Jairo da Silva, acusado de ter comandado uma milícia que daria proteção a fabricantes de CDs e DVDs piratas no Centro de Fortaleza, foi demitido da Polícia. A decisão foi publicada esta semana no Diário Oficial do Estado. O documento lista os motivos dele ter sido expulso.


Segundo as investigações, Jairo (conhecido como Robocop) comandava uma milícia que “vendia proteção” a fabricantes de CDs e DVDs piratas. A milícia teria pelo menos 15 integrantes. O documento cita ainda um episódio em que o ex-PM teria constrangido uma servidora pública da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor).

“Jairo compareceu fardado na sede da Sercefor, abordando a servidora de forma intimidadora sobre operação realizada no Centro, exigindo a devolução da mercadoria apreendida no box de sua mulher”, cita o documento. O ex-PM teria deixado um cartão de visita que o identificava pelo posto de tenente para ser entregue à titular da Sercefor, Luiza Perdigão.

A decisão, assinada pelo governador em exercício Domingos Filho, frisa o fato de o ex-policial usar sua patente “para intimidar pessoas e tirar vantagem em proveito próprio e de terceiros.”

Em um dos episódios, ele teria sacado uma pistola para ameaçar vigilantes que trabalhavam na transferência dos permissionários do Beco da Poeira para a nova sede, na avenida do Imperador, no Centro, em abril de 2010. Durante a transferência, o ex-PM teria roubado ventiladores dos boxes do Beco da Poeira que estavam sendo desocupados.

Em matéria publicada no O POVO do dia 25 de janeiro de 2011, Jairo negou os crimes atribuídos a ele. Mas, por orientação dos advogados, o ex-PM não entrou em detalhes sobre o caso.

O governador Cid Gomes havia determinado a investigação contra o militar em janeiro deste ano. Ele foi submetido a um Conselho de Justificação, procedimento responsável por julgar a capacidade moral de um oficial em permanecer na corporação. O conselho considerou que o ex-PM cometeu “transgressão disciplinar de natureza grave, por violar valores, deveres e a disciplina militar”.

A decisão do conselho foi publicada no Boletim do Comando Geral da PM no dia 21 de junho. O passo seguinte foi a assinatura do ato de expulsão pelo governador, publicada esta semana no Diário Oficial do Estado. O ex-PM pode entrar com recurso no Tribunal de Justiça para tentar reverter a decisão.

Em agosto, Jairo chegou a ser preso por homens do Batalhão de Choque (BpChoque). Ele já havia sido excluído da PM, mas voltou por ordem judicial. (Tiago Braga)


ENTENDA A NOTÍCIA

Jairo da Silva ingressou na Polícia Militar em 1989. O tenente foi acusado de comandar uma milícia que daria proteção a fabricantes de CDs e DVDs piratas no Centro. Após ser submetido a um Conselho de Justificação, ele foi expulso da Polícia. A decisão cabe recurso.

Saiba mais

No dia 12 de janeiro de 2011, O POVO mostrou, com exclusividade, que uma suposta milícia comandada pelo tenente da PM Jairo da Silva daria proteção a fabricantes de CDs e DVDs piratas.

O grupo também estaria ameaçando de morte a titular da Sercefor, Luíza Perdigão.

Um dia após a matéria do O POVO, a Corregedoria dos Órgãos da Segurança Pública sugeriu à PM e Polícia Civil abertura de Conselho de Justificação e inquérito civil contra o tenente.

Nove dias após O POVO revelar a suposta milícia, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Francisco Bezerra, determinou uma ação das polícias Militar e Civil. Em dois dias, foram apreendidos 87 mil produtos pirateados, entre CDs e DVDs.

Fonte: O POVO Online

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