segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Milícia tem plano para assassinar deputado do Rio de Janeiro.




Inteligência da PM identifica plano de milícia para assassinar deputado estadual.

Marcelo Freixo investigou 225 milicianos. Serviço para matá-lo custaria R$ 400 mil.

   


Parlamentar afirma que milicianos querem dinheiro, partirão para novos negócios e que combate aos grupos ainda é ineficiente.


A Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro descobriu um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). A trama estaria sendo articulada pelo ex-cabo da Polícia Militar Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, que, em setembro, fugiu do BEP (Batalhão Especial Prisional). O ex-PM, ligado a milicianos da zona oeste, receberia R$ 400 mil para assassinar o parlamentar. Para isso, de acordo com documento reservado da Polícia Militar, o miliciano já teria levantado toda a rotina de Freixo, sabendo até o horário em que ele dispensa os seguranças da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias, denunciando 225 pessoas, entre políticos, bombeiros e policiais civis e militares, confirmou ter sido informado, na última sexta-feira (7), pelo Setor de Inteligência da PM do plano para matá-lo.

“- A diferença dessa vez é que não é mais um Disque-Denúncia e sim um documento do setor de inteligência da PM, que identificou um plano para me matar e com toda a minha rotina já levantada. Não é a primeira vez que recebo uma ameaça, mas dessa vez preocupou um pouco mais. Já conversei com a Secretaria de Segurança e recebi todas as orientações. Estou mudando a rotina e minha segurança foi reforçada”.

No mesmo dia Freixo disse ter comunicado o caso ao presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), que determinou reforço na segurança do parlamentar. O deputado e a investigação que comandou na Alerj contra milicianos foram reproduzidos no filme Tropa de Elite 2.

De acordo com Freixo, após a morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros no dia 11 de agosto, as ameaças contra ele triplicaram.

“- Essa nova ameaça é um sinal de que o crime organizado no Rio tenta avançar nas suas fronteiras. As milícias continuam agindo e expandindo seus negócios e territórios. É preciso mais que prisões para deter esses grupos. É preciso retirar deles as fontes de lucro.”

De acordo com investigações do Setor de Inteligência da PM, o plano para matar Freixo seria financiado pelo ex-PM Tony Ângelo de Aguiar, foragido da Justiça e atual chefe da milícia que atua em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Ele assumiu o comando do grupo paramilitar após as prisões do ex-vereador Jerônimo Guimarães, do irmão dele, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães e de Ricardo Teixeira da Cruz, mais conhecido como Batman.

Miliciano fugiu do BEP 

Carlão fugiu do BEP  24 horas após a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança do Rio deflagrarem uma operação contra milicianos da zona oeste, quanto 19 pessoas foram presas – uma em flagrante. Apesar de preso na unidade desde junho de 2010, ele continuava em contato com o grupo e era um dos alvos da investigação. O ex-PM Tony Ângelo também foi um dos denunciados.

Na ocasião, o então corregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes, disse que o ex-cabo escapou de sua cela pelo buraco do ar-condicionado, mas não explicou como o aparelho foi recolocado no local. No BEP, Carlão havia transformado sua cela em suíte, com cama de casal, ar-condicionado, TV, videogame e frigobar. Em maio, uma inspeção da corregedoria e de promotores encontrou um celular e um notebook com ele. 

O ex-cabo fugiu às vésperas de ser transferido para um presídio comum. Excluído da corporação em janeiro, ele não deveria ter continuado no BEP. O miliciano foi preso em flagrante em junho de 2010 com uma pistola que, segundo exame balístico, foi usada em diversos homicídios. Ele era lotado no Batalhão da Tijuca (6º BPM) e é suspeito de pelo menos 16 homicídios.

Fonte R7 e Agencia O Dia.

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