Inteligência da PM identifica plano de milícia para assassinar deputado estadual.
Marcelo Freixo investigou 225 milicianos. Serviço para matá-lo custaria R$ 400 mil.
Parlamentar afirma que milicianos querem dinheiro, partirão para novos negócios e que combate aos grupos ainda é ineficiente.
A Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro descobriu um plano para matar o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). A trama estaria sendo articulada pelo ex-cabo da Polícia Militar Carlos Ari Ribeiro, o Carlão, que, em setembro, fugiu do BEP (Batalhão Especial Prisional). O ex-PM, ligado a milicianos da zona oeste, receberia R$ 400 mil para assassinar o parlamentar. Para isso, de acordo com documento reservado da Polícia Militar, o miliciano já teria levantado toda a rotina de Freixo, sabendo até o horário em que ele dispensa os seguranças da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias, denunciando 225 pessoas, entre políticos, bombeiros e policiais civis e militares, confirmou ter sido informado, na última sexta-feira (7), pelo Setor de Inteligência da PM do plano para matá-lo.
“- A diferença dessa vez é que não é mais um Disque-Denúncia e sim um documento do setor de inteligência da PM, que identificou um plano para me matar e com toda a minha rotina já levantada. Não é a primeira vez que recebo uma ameaça, mas dessa vez preocupou um pouco mais. Já conversei com a Secretaria de Segurança e recebi todas as orientações. Estou mudando a rotina e minha segurança foi reforçada”.
No mesmo dia Freixo disse ter comunicado o caso ao presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), que determinou reforço na segurança do parlamentar. O deputado e a investigação que comandou na Alerj contra milicianos foram reproduzidos no filme Tropa de Elite 2.
De acordo com Freixo, após a morte da juíza Patrícia Acioli, assassinada com 21 tiros no dia 11 de agosto, as ameaças contra ele triplicaram.
“- Essa nova ameaça é um sinal de que o crime organizado no Rio tenta avançar nas suas fronteiras. As milícias continuam agindo e expandindo seus negócios e territórios. É preciso mais que prisões para deter esses grupos. É preciso retirar deles as fontes de lucro.”
De acordo com investigações do Setor de Inteligência da PM, o plano para matar Freixo seria financiado pelo ex-PM Tony Ângelo de Aguiar, foragido da Justiça e atual chefe da milícia que atua em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Ele assumiu o comando do grupo paramilitar após as prisões do ex-vereador Jerônimo Guimarães, do irmão dele, o ex-deputado estadual Natalino Guimarães e de Ricardo Teixeira da Cruz, mais conhecido como Batman.
Miliciano fugiu do BEP
Carlão fugiu do BEP 24 horas após a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança do Rio deflagrarem uma operação contra milicianos da zona oeste, quanto 19 pessoas foram presas – uma em flagrante. Apesar de preso na unidade desde junho de 2010, ele continuava em contato com o grupo e era um dos alvos da investigação. O ex-PM Tony Ângelo também foi um dos denunciados.
Na ocasião, o então corregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes, disse que o ex-cabo escapou de sua cela pelo buraco do ar-condicionado, mas não explicou como o aparelho foi recolocado no local. No BEP, Carlão havia transformado sua cela em suíte, com cama de casal, ar-condicionado, TV, videogame e frigobar. Em maio, uma inspeção da corregedoria e de promotores encontrou um celular e um notebook com ele.
O ex-cabo fugiu às vésperas de ser transferido para um presídio comum. Excluído da corporação em janeiro, ele não deveria ter continuado no BEP. O miliciano foi preso em flagrante em junho de 2010 com uma pistola que, segundo exame balístico, foi usada em diversos homicídios. Ele era lotado no Batalhão da Tijuca (6º BPM) e é suspeito de pelo menos 16 homicídios.
Fonte R7 e Agencia O Dia.
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