Violência interrompe o futuro de jovens no Rio
RIO - Aos 57 anos, a dona-de-casa Joana (nome fictício) lembra com detalhes o dia 23 de setembro do ano passado, quando viu o filho Michael de Oliveira, de 19, pela última vez. Numa favela da Zona Oeste, o rapaz passou o dia cortando os cabelos das crianças e, à noite, tentou ir ao samba. No caminho, envolveu-se numa briga e foi morto por dois homens.
Na época, Michael estava inscrito no ProJovem, programa ligado à Secretaria-Geral da Presidência da República para alunos entre 18 e 24 anos, que estudaram até a 4ª série. Entre setembro de 2006 e julho deste ano, 49 jovens do projeto foram assassinados no Rio. A cada mês, cinco inscritos foram mortos. A violência interrompeu a vida de rapazes e moças que buscavam completar os estudo e obter uma alternativa para o futuro.
" Ele completou 20 anos debaixo da terra "
- Ele completou 20 anos debaixo da terra. Cortaram a carreira dele. É duro quando a gente cria, dá a mão para andar e agora tem que olhar todos os dias para a cara dos assassinos - desabafa Joana, alternando choro e risos nervosos.
Marco Antônio Martins - Extra
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