RIO - Uma máfia que reuniria
cinco funerárias e seria chefiada por um delegado federal está sendo
investigada pela polícia. A suspeita é que essas empresas comandariam três
cemitérios de Duque de Caxias, onde haveria venda de ossadas e esvaziamento de
sepulturas antes do tempo previsto por lei (três anos). Esses cemitérios foram
vistoriados na quinta-feira durante a Operação Dignidade, realizada pelas
polícias Federal, Civil e Militar, e neles foram encontradas ossadas
armazenadas de forma irregular e expostas. Todos os três foram autuados por não
terem licenciamento ambiental nem alvará de funcionamento.
O suspeito de chefiar o
esquema é o delegado da PF Marcelo Nogueira de Souza. Ele pediu exoneração no
último dia 1º da vice-governadoria do estado, onde trabalhava como assistente
de relações institucionais. Além de Marcelo, estão sendo investigadas mais sete
pessoas, entre elas três parentes do delegado. Eles se revezariam na direção
das funerárias.
Caixão de bebê sepultado há 8 meses estava vazio
Foram inspecionados os
cemitérios de Xerém, de Nossa Senhora das Graças (no Tanque do Anil) e de Nossa
Senhora do Belém (no Corte Oito). Nos dois últimos, quatro administradores
foram levados para prestar depoimento na Delegacia de Proteção ao Meio
Ambiente. Eles prestaram depoimento e foram liberados. Todos responderão por
falta de licença. A operação envolveu cerca de 50 homens do Instituto Estadual
do Ambiente (Inea), da PM, das polícias Civil e Federal.
No Nossa Senhora do Belém,
havia ossadas dentro de sacos plásticos e em buracos em paredes de casas que
ficam nos fundos do cemitério. No Nossa Senhora das Graças, o caixão de uma
criança de 1 ano, enterrada em novembro do ano passado, já estava vazio.
- Como pode o pai enterrar o
filho e oito meses depois a criança sumir? Tudo aqui é muito grave - disse o
delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio
Ambiente, acrescentando que há a possibilidade de os restos mortais estarem
sendo usados em rituais de magia negra.
Ele também suspeita que
milicianos possam estar usando o Cemitério Nossa Senhora do Belém para enterrar
suas vítimas.
Agora, a perícia vai analisar
o material encontrado nos cemitérios. O laudo deverá ficar pronto em 15 dias.
Foto Coturno Carioca
Fonte: Agência O GLOBO
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